sexta-feira, 12 de setembro de 2014

danço porque não sei voar

SOBRE VOCÊ
Sou Valdemar Santos, nasci em Amarante interior do Piauí e costumo afirmar que “danço desde o útero da minha mãe” essa afirmação se dar pelo fato de eu encontrar na dança a maior certeza em toda minha vida. Quando criança ainda no jardim de infância eu foi influenciado por uma professora a fazer uma apresentação numa festa que aconteceria no dia das mães O envolvimento com os ensaios, prova de figurino e a apresentação em si me fez desde então buscar na dança minha maior forma de expressão.
O fato de morar numa cidade com menos de 13 mil habitantes me fez buscar então formas diversas de me relacionar com a dança. Fiz parte do grupo de folclore “Nasi Castro” que no seu repertório detinha duas importantes danças do folclore piauiense que são: O Cavalo Piancó e as Doze Danças Portuguesas, foi neste grupo que comecei de fato meu aprofundamento numa carreira profissional que, embora fosse algo distante da realidade numa cidade pequena, era meu maior desejo ser um profissional da dança. Na adolescência criei com algumas amigas da rua que morava, um grupo de dança que se apresentou em diversas ocasiões da cidade algo bem autodidata, inspirados em artistas da televisão e claro muita criatividade. Esse grupo conseguiu alimentar meu desejo de ser bailarino até os 18 anos, quando decido de fato  buscar profissionalização e mudei então para Teresina, onde comecei os estudos na Escola de Dança do Piauí e Balé Folclórico de Teresina, foi aí que adquiri grande parte da minha formação profissional em dança, como mestres tive grandes profissionais do Piauí: Luzia Amélia, Sidh Ribeiro, Frank Lauro, Arimatan Martins e Marcelo Evelin.
Também fiz um aperfeiçoamento técnico e profissional no Rio de Janeiro, onde realizei diversos cursos livres de dança na Faculdade Escola Angel Vianna, no Rio de Janeiro. Lá adquiri conhecimento com profissionais como: Angel Vianna, Andréia Maciel, Marcele Sampaio, Dani Lima e Paulo Caldas entre os anos de 2004 e 2005. De volta ao Piauí desenvolvi projetos de grande importância para a dança teresinense como: Dança Eficiente que, desenvolveu um trabalho de dança para pessoas com deficiência. Também fui fundador da Organização Ponto de Equilíbrio que entre suas ações desenvolve até hoje projetos de inclusão social tendo as artes cênicas como protagonista dessas ações.
Desde 2011 realizo um processo de retorno a minha cidade natal Amarante e busco apoio para lá desenvolver ações culturais com crianças e adolescentes estudantes de escolas públicas com atividades culturais diversas, incluindo escola de dança e teatro, além do Auto de Natal, Sarau da Cultura Estudantil e montagens de peças teatrais e festivais de dança.
QUAIS AS CARACTERISTICAS EMPREENDEDORAS QUE JUSTIFICAM A VIABILIDADE DO MODELO DO PROJETO
Considero empreendedor no projeto as possibilidades na mudança na uma realidade de uma comunidade tendo como foco o fomento a uma atividade que já é bem desenvolvida, como a dança, mas que precisa de recursos financeiros para se colocar no mercado que existe e que não é nem um pouco explorado. A Cidade de Amarante é referencia na questão da dança folclórica e atualmente tem se destacado no circuito de Quadrilhas Juninas e também tem forte influencia das danças Afro-Brasileiras, Dança de Salão
 Com a premiação iremos promover a geração de emprego e renda na cidade, pois é nosso objetivo estabelecer um sistema de manutenção que inclui a produção de apresentações para o público, bem como a formação de jovens e adultos em atividades que possibilitem qualidade de vida já que se trata de uma agilidade corporal que trás saúde e possibilita uma relação saudável a população em geral com aulas de forró, samba e outros estilos da dança de salão.
Diretamente o projeto vai capacitar e empregar cerca de sete pessoas em atividades de coordenação, secretariado, produção e monitoria da Escola de Dança.
COMO O PROJETO EXPRESSA A DIVERSIDADE CULTURAL BRASILEIRA
Amarante é uma cidade essencialmente cultural aqui temos importantes manifestações como a Dança do Cavalo Piancó que é uma dança típica das margens do Rio Canindé, uma afluente do Rio Parnaíba, a dança surgiu dos lavradores que para passar o tempo nas noites de trabalho nas lavouras, imitava o trote de um cavalo manco com uma música com marcação bem típica a letra diz: “Ora meu cavalo é piancó, ora meu cavalo é piancó, bonito pra vadear, cavaleiro troca o par. Ele corre bem elegante, na estrada de Amarante. Ele corre numa perna só vai parar lá no Mimbó. Ele corre bem ligeiro e vai até o Rio de Janeiro” a dança é feita de pares que se revezam na troca de pares e cantam.
Também aqui está localizado o maior quilombo do Piauí, o Mimbó foi criado na época do Brasil colonial por negros fugidos de Pernambuco e que encontraram no Vale do Rio Canindé, um local ideal para manterem-se com liberdade e principalmente cultivando suas raízes. O que começou com dois casais de escravos é hoje uma comunidade com quase mil famílias e que mantem até hoje traços fortíssimos da cultura afro-brasileira. Sendo, portanto outro foco de trabalho do projeto já que em 2010 iniciamos um importante trabalho com jovens e crianças do quilombo, com um projeto que recebeu o Segundo Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras e pudemos desenvolver atividades de dança, percussão e costura um projeto que perdura até hoje e possibilitou um novo processo de amadurecimento e envolvimento na comunidade.






QUAIS AS PRATICAS E CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO SEU PROJETO EVIDENCIAM SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL?
Amarante é uma cidade banhada por três rios e temos por aqui poucas ações e projetos preocupados com a sustentabilidade ambiental, inclusive por aqui esse é um tema pouco discutido entre a sociedade. No projeto vamos realizar atividades ao ar livre estabelecendo contato com a natureza. Também promoveremos campanhas com coleta de lixo e reciclagem. Plantação de arvores será uma atividade que marcará o lançamento do projeto e pretendemos desenvolver palestras e encontros que promovam a discussão entre a população amarantina sobre questões referentes à sustentabilidade e meio ambiente, possibilitando o entendimento das pessoas que o conceito de sustentabilidade estabelece uma relação que respeite o meio ambiente com intuito de que as futuras gerações também possam desfrutar das fontes naturais.

Como já desenvolvo de forma voluntária um projeto de dança para crianças de 07 a 14 anos na Escola Pitágoras, e que atende cerca de 40 crianças. Também desenvolvo na Unidade Escolar Polivalente a única escola de ensino médio da cidade um projeto de dança e teatro que já acontece desde 2010, uma importante parceria que tem gerando grandes frutos no sentido de envolver de forma saudável jovens estudantes dessa escola e também por integrar professores, alunos e comunidade. No que se refere ao ensino de dança no interior do Piauí é algo inexistente as ações se resumem a capital do Estado, Teresina.

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