segunda-feira, 30 de maio de 2011

PIAUÍ DANÇA CEARÁ

É louvável e gratificante quando vemos um projeto como o Piauí Dança Ceará ser realizado de forma brilhante. Primeiro por juntar de forma inédita sessenta artistas do Piauí para promover um mostra de dança no Ceará. Segundo por esse projeto ser idealizado e executado por artistas independentes com base no trabalho em coletivo. Na atual conjuntura onde o poder público discute com a classe artística formas de termos autonomia produtiva, iniciativas coletivas como essa mostra que de fato é possível se mobilizar e realizar grandes feitos para nossa cultura a partir dos artistas. A proposta não é assumir o lugar de “executores exclusivos de cultura”, porém proporciona um lugar de destaque dentro do processo de construção das iniciativas voltadas a cultura. 





O processo histórico do Piauí passa por etapas nem tão quanto lícitas. Fomos invadidos, mataram nossos índios e nos obrigaram por muitos anos a viver no limite territorial, nos educaram a não gostar de política e não acreditar em planejamento. “Deus sempre sabe o que faz!”. Duzentos e cinquenta e um mil, seiscentos e noventa e oito quilômetros quadrados. Somos o terceiro maior Estado do Nordeste com um extensão território que ocupa dezesseis virgula dezesseis por cento do território regional e dois virgula noventa e cinco por cento do território nacional. Somos hoje três milhões cento e dezenove mil habitantes, entender isso é importante, valorizar isso é fundamental. É impossível e inadmissível não enxergar nossa coragem e ousadia em assumir nosso lugar de agitadores culturais nos produzindo e garantindo espaço para mostrar nosso trabalho. O trecho do nosso hino composto por meu conterrâneo e contemporâneo Da Costa e Silva tem nossos objetivos ditos em forma de verso: “Possas tu, no trabalho fecundo E com fé, fazer sempre melhor, Para que no concerto do mundo O Brasil seja ainda maior. Possas tu, conservando a pureza Do teu povo leal, progredir Envolvendo na mesma grandeza O passado, o presente e o porvir.”





A Organização Ponto de Equilíbrio (OPEQ) entende que, para atingimos um espaço propício de produção, fruição de produtos artísticos, pensamentos favoráveis ao desenvolvimento sustentável dos artistas é necessário planejamento, dedicação e profissionalismo. Entendo profissional não só como pessoa que vive financeiramente de sua profissão mais como trabalhador de cultura e por tanto partícipe indispensável na construção de melhoria de classe. Pode parecer óbvio mais o que vemos por aqui ao longo dos anos é a realização de ações que não foram pensadas pelos artistas, e que geralmente sem a preocupação de disponibilizar recursos que facilitem de forma digna o exercício do profissional/artístico. Com o Piauí Dança Ceará sendo uma realidade nos fez acreditar ainda mais que é possível se articular e organizar com alto nível profissional uma ação que rompe fronteiras geográficas e abri um horizonte de possibilidades profissionais.

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